Apneia do sono, será que é tudo igual?


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Publicado em: 16 de dezembro de 2020 às 18:53

Apesar de ser mais comum do que se pensa, acometendo cerca de 30% da população adulta no mundo e entre 33% e 35% dos brasileiros, a apneia do sono não é tão reconhecida. Para se ter uma ideia, a maioria dos pacientes, de 85% e 90%, convivem com a doença sem receber o diagnóstico adequado, correndo sérios riscos de saúde.

Mas existe só um tipo de apneia do sono? Descubra mais lendo esse artigo que preparamos. Você irá conferir também:

O que é apneia do sono?

Toda apneia do sono é igual?

Apneia obstrutiva do sono (AOS)

Apneia central do sono (ACS)

Apneia mista

E os sintomas, são os mesmos?

E quanto ao diagnóstico, o que muda?

Quais os riscos de não se identificar e tratar a apneia?

A importância do acompanhamento profissional

 

O que é apneia do sono?

 

A apneia é um distúrbio do sono potencialmente grave, no qual a pessoa deixa de respirar por alguns segundos, e esse evento pode acontecer várias vezes durante uma única noite. 

E além de passar por um desconforto de uma noite mal dormida, a apneia do sono tem consequências sérias na saúde. Apesar disso, em alguns casos, a pessoa com este tipo de distúrbio acredita ser comum a falta de ar e o sono agitado não estando ciente de quem tem esse problema. 

A falta de ar provocada pela apneia do sono ocorre quando a via aérea colaba durante o sono. Sem ar, o cérebro reage enviando um alerta ao corpo de que é preciso liberar adrenalina. O resultado é que a pessoa tem um microdespertar e que pode vir associado à aceleração dos batimentos cardíacos e até mesmo sensação de sufocamento.

A apneia obstrutiva do sono é uma doença crônica, progressiva, incapacitante e tem alta taxa de mortalidade e morbidade cardiovascular. Essa falta de ar durante o sono pode ser definida como parada (apneia) ou redução (hipopneia).

A apneia do sono tem, por sua definição, a redução do fluxo inspiratório em mais de 50% por pelo menos 10 segundos.

Entre os principais sintomas e sinais de alerta para identificar a apneia do sono, podemos dizer que estão: a presença de ronco, sono agitado, falta de disposição, sonolência durante o dia (resultado de uma noite mal dormida), falta de ar, dor de cabeça, perturbação da memória, da atenção e da concentração, tendência à depressão, hipertensão e arritmias cardíacas.

A apneia obstrutiva do sono é uma doença crônica, progressiva, incapacitante e, segundo estudos, têm alta taxa de mortalidade e morbidade cardiovascular.

 

Toda apneia do sono é igual?

Apesar de ter o mesmo princípio, sendo a falta de ar o principal fator, a apneia do sono tem suas particularidades e diferenças na hora do diagnóstico. Basicamente há três tipos, que são classificadas como: apneia obstrutiva do sono (AOS), apneia central do sono (ACS) e apneia mista do sono.

Conheça melhor cada uma nos tópicos abaixo: 

 

Apneia obstrutiva do sono

Sendo o tipo mais comum de apneia, ela é caracterizada pela obstrução parcial ou total das vias aéreas superiores durante o sono. Desta forma, a apneia obstrutiva do sono é causada pelo desvio de septo, amigdalas grandes, relaxamento na faringe, pólipos nasais, adenoide, por exemplo. Mas além deste, outros fatores podem provocar esse bloqueio das vias aéreas superiores durante o sono, como obesidade, relaxamento dos músculos, circunferência do pescoço e alterações craniofaciais. 

Pessoas com apneia obstrutiva  têm o processo respiratório dificultado, ou seja, uma interrupção na passagem de ar repetidamente por intervalos de mais de 10 segundos e podem ainda sofrer de 5 a 30 episódios de falta de ar por hora.

É bastante comum que pacientes com apneia obstrutiva do sono apresentam ronco alto ou ruídos sufocantes ao respirar. 

 

Apneia central do sono (ACS)

A apneia central do sono é provocada por uma “falha” na comunicação entre o cérebro e as vias respiratórias. Nessa situação, as vias aéreas continuam abertas normalmente, porém os músculos envolvidos (diafragma e músculos do tórax) na respiração não são avisados de que precisam funcionar e, por conta disso, ficam estáticos. 

O resultado é que, ao contrário da apneia do sono obstrutiva, que interrompe a respiração por intervalos, aqui o que ocorre é a falta de comando do cérebro. 

Esse evento geralmente é provocado por alterações neurológicas, muito comum nas doenças de Alzheimer, Parkinson, esclerose amiotrófica e outros danos provocados por encefalite, lesões, mas também pode ocorrer por outros fatores, como uso de medicamentos, hipotireodismo, cardiopatia e insuficiência renal, por exemplo.

 

Apneia mista

Já a apneia mista, como o próprio nome sugere, é a combinação dos dois tipos, ou seja, trazem fatores centrais e obstrutivos, que ocorrem em um mesmo episódio. A apneia mista é a menos comum de acontecer. 

 

E os sintomas, são os mesmos?

Por terem características muito específicas, cada apneia do sono tem suas particularidades quanto aos sintomas.

Como já falamos anteriormente, na apneia obstrutiva do sono o indicativo mais comum é o ronco, sendo este ronco bastante prejudicial, mesclando episódios de falta de ar, asfixia e riscos de engasgamento. 

Justamente pela interrupção abrupta e inesperada da respiração, a pessoa com a apneia obstrutiva do sono tende a acordar assustada. Ao amanhecer, é comum que o indivíduo não tenha consciência de que acordou várias vezes à noite, porém pode sentir a boca bastante seca e dor de cabeça e/ou garganta, por exemplo.

Com uma falta de vivência de sono ideal e adequado, pessoas com apneia obstrutiva do sono passam também por aquilo que chamamos de sonolência diurna, que nada mais é que a impossibilidade de se manter acordado durante o dia, geralmente associada a muito cansaço, sono e lapsos de sono não intencionais ao correr do dia.

Na apneia central, é comum os pacientes se queixarem de insônia, já que a qualidade do sono também é prejudicada e é comum o aumento de despertar durante a noite. Uma diferença entre o sintoma desta para a primeira é a possibilidade de surtos de engasgos ou uma redução do tempo respiratório, eventos que não ocorrem na apneia obstrutiva do sono. 

Diferente da primeira, aqui também é possível que o paciente não apresente ronco, no entanto, o ritmo da respiração é bastante irregular e interrompido por pausas, como se por intervalos. Um exemplo desse tipo de respiração é a respiração de Cheyne-Stokes, no qual o respirar torna-se gradualmente mais acelerada, desacelera gradualmente, para por um curto período e, em seguida, recomeça o ciclo acelera, desacelera e pausa.

Se quiser ler mais sobre a relação entre a respiração de Cheyne-Stokes e a apneia do sono, deixamos aqui uma indicação da leitura “Apneia do sono e Respiração de Cheyne-Stokes”, disponível aqui.

Outras particularidades da apneia central é que é comum o desenvolvimento de depressão e, em relação ao peso dos pacientes, eles tendem a apresentar índice dentro da normalidade, enquanto que na apneia obstrutiva a obesidade é predominante.

 

E quanto ao diagnóstico, o que muda?

O diagnóstico adequado é fundamental para o início do tratamento e melhora da vida do paciente com apneia, independente de qual seja o tipo. 

No geral, para identificar a presença de apneia, é necessário passar por uma avaliação médica, sendo que questionários para sondar os sintomas dos pacientes também são bastante explorados. 

Dependendo do caso, é recomendado também a realização de polissonografia, pois esse exame é mais preciso na hora de distinguir o tipo de apneia que o paciente pode ter.  

Quanto ao tratamento, é possível sim que haja uma diferença nas recomendações de acordo com o tipo de apneia do sono que o paciente apresenta. 

Para a apneia obstrutiva, por exemplo, é altamente recomendado o tratamento com CPAP. Já para pessoas com apneia central algumas outras medidas podem ser sugeridas, tais como intervenção medicamentosa dependendo do caso, mas o mais recomendado é o uso de CPAP, Bipap e outros ventiladores específicos como Servoventilador.

 

Quais os riscos de não se identificar e tratar a apneia?

Além da privação de sono, que pode trazer uma série de interferências na vida do paciente, a apneia obstrutiva do sono ainda consegue colaborar para o desenvolvimento de outras doenças ou a piora do quadro delas. 

Pessoas com apneia do sono têm maior risco de sofrer acidente vascular cerebral, Infarto Agudo do Miocárdio, apresentarem alterações do ritmo cardíaco (também chamado de fibrilação atrial) e hipertensão arterial.

Além da falta de memória, capacidade de raciocínio e estado de alerta afetados, irritabilidade, oscilações de humor, cansaço frequente, dores de cabeça, são bastante comuns. 

É preciso não negligenciar o tratamento, pois a apneia do sono, se não tratada, tende a ser evolutiva, piorando a qualidade de vida do paciente, podendo até mesmo levar a óbito. Nesses casos, a morte ocorre por infarto ou arritmias agudas

 

A importância do acompanhamento profissional

O CPAP é o tratamento mais eficaz e seguro contra a apneia obstrutiva do sono. Apesar disso, o início pode ser difícil para quem está começando. Por isso, é essencial uma integração educacional sobre o uso correto do aparelho, promovendo uma melhor resposta ao tratamento.

Para se ter uma ideia, estudos mostram que pacientes orientados, mesmo que não presenciais, têm uma adesão melhor ao tratamento quando comparados aos que não receberam essa orientação.

Mudanças no estilo de vida também contribuem com a melhora dos sintomas da apneia. Perda de peso, reeducação alimentar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas, e ações mais simples como evitar ingerir comidas pesadas à noite ou dormir de lado, são medidas simples, mas fazem a diferença.

A apneia não é só uma leve falta de ar, é um problema médico grave que afeta a qualidade de vida e pode causar uma série de problemas tanto nas relações sociais quanto pessoais. Geralmente, quando ocorre o tratamento e acompanhamento médico adequados, a respiração volta a ter seu ritmo regular, os roncos param e uma é possível dormir com qualidade. 

Caso desconfie que tem apneia do sono, faça o teste gratuitamente no nosso site, clicando aqui é rápido, fácil e simples. Sua saúde agradece.

 

Considerações finais 

Como você pode ver, a apneia do sono precisa de atenção e tratamento para uma vida mais tranquila, pois ela afeta a saúde psíquica, social e pessoal de quem possui. Desta forma, é importante conhecer e reconhecer os diferentes tipos de apneia do sono que existem, e elas  são divididas em três subgrupos: apneia obstrutiva do sono (AOS), apneia central do sono (ACS) e apneia mista, que é uma combinação dos dois fatores.

Para te ajudar a entender, abordamos um conceito geral sobre a definição de apneia e a partir disso, as principais características de cada tipo de apneia do sono, como também seus principais sintomas de cada uma e os tratamentos recomendados. 

Apesar de estar presente no cotidiano da população brasileira, em quase 40% das pessoas, ela não é tão reconhecida, por isso a importância de explorar mais o tema e conversar com um médico de confiança caso sinta um ou mais sintomas. 

Se tiver alguma dúvida sobre o uso de CPAP, oxigenoterapia, apneia do sono ou produtos recomendados para tratamento, entre em contato conosco pelo WhatsApp (11) 99390-3370, que nós, da Respire Care, iremos te ajudar.

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