Precisamos conversar sobre DPOC


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Publicado em: 11 de novembro de 2020 às 14:30

No dia 20 de novembro se comemora a luta contra a Doença Pulmonar Obstrutiva, mais conhecida como DPOC. A conscientização se faz importante pois essa doença, apesar de grave, pode ser prevenida e tratada. Por isso, preparamos este artigo para você entender mais sobre o assunto.

Você vai ler:

O que é DPOC?

Quais os sintomas?

O que acontece no sistema respiratório no paciente com DPOC

Como é feito o diagnóstico da DPOC

Fatores de risco

DPOC tem cura?

O papel da fisioterapia respiratória para o tratamento da DPOC

DPOC e Coronavírus 

Considerações

 

Boa leitura!

 

O que é DPOC?

Popularmente conhecida como DPOC, a doença pulmonar obstrutiva crônica é a obstrução da passagem do ar pelos pulmões. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 210 milhões de pessoas tem DPOC e a estimativa é que, até o fim de 2020, ela seja a terceira maior causa de morte. 

A DPOC tem dois possíveis componentes predecessores: a bronquite crônica e a enfisema pulmonar, e se instala após um quadro persistente de uma ou da combinação das duas. 

A enfisema ocorre quando há danos ou a destruição dos alvéolos pulmonares, onde as paredes dos alvéolos acabam por se tornar flácidas, diminuindo a capacidade respiratória.

Já a bronquite é caracterizada pela inflamação nos brônquios. Neste caso, a mucosa das vias aéreas se torna irritada e inflamada constantemente, desenvolvendo um estreitamento e obstrução por muco, o que dificulta a respiração.

 

Essa situação é perigosa porque tem potencial para interromper a respiração de vez, diminuir a circulação de oxigênio no sangue ou ainda disparar substâncias inflamatórias pelo corpo todo. O que pode aumentar o risco de infarto e AVC.

 

Quais os sintomas? 

A DPOC obstrui as vias áreas, o que torna a respiração difícil. Entre os principais sintomas estão: 

  • Falta de ar ao fazer algum esforço;
  • Aperto ou desconforto no peito;
  • Pigarro ou catarro em excesso;
  • Chiado ao respirar;
  • Cansaço recorrente;
  • Respiração ofegante;
  • Tosse, que pode ser seca ou com muco;
  • Lábios e unhas azulados
  • Dificuldade para dormir, por conta da tosse.

Para auxiliar no mapeamento da doença, o instituto Global Initiative for Chronic Obstructive Pulmonar Disease desenvolveu um questionário, curto mas cientificamente validado, a fim de identificar pessoas com maior probabilidades de desenvolver DPOC.

Confira as questões abaixo: 

  • Você tosse várias vezes na maioria dos dias?
  • Tem catarro ou muco na maioria dos dias?
  • Fica sem fôlego mais facilmente do que outras pessoas da sua idade?
  • Tem mais de 40 anos?
  • É fumante ou ex-fumante?

O questionário serve como um norte, mas não é um diagnóstico para a doença. Exatamente por esse motivo, em caso da presença dos sintomas é fundamental procurar ajuda médica especializada. 

 

O que acontece no sistema respiratório do paciente com DPOC

Já falamos mais acima, que os brônquios são a parte do pulmão que conduz o ar para dentro e para fora. 

Para realizarem essa função, os brônquios se ramificam formando o  que chamamos de bronquíolos, que têm em suas pontas  uma espécie de sacos cheios de alvéolos, que se enchem e esvaziam de ar  toda vez que respiramos normalmente.

Já nas pessoas portadores de DPOC, uma ou até mesmo várias parte do sistema respiratório estão danificadas. Com isso, causam tanto o estreitamento e excesso de muco nos brônquios (bronquite), e provocam a perda da elasticidade e destruição dos alvéolos (enfisema) e a perda da capacidade deles em esvaziar e soltar o ar inalado de forma correta.

 

Como é feito o diagnóstico da DPOC

O diagnóstico da DPOC é feito por meio de exames que avaliam a função pulmonar. Entre esses exames realizados ou solicitados pelo médico são: 

Exame físico: série de exames realizados para avaliar a saúde física e, principalmente, pulmonar do paciente. 

Histórico do paciente: envolve a realização de perguntas sobre o modo de vida do paciente, como hábitos de tabagismo, histórico familiar de doenças pulmonares, exposição a poluição e outros. 

Oximetria de pulso: serve para medir a saturação de oxigênio no sangue, que pode ser feito pela dedo ou no lóbulo da orelha. 

Gasometria arterial: mede a pH e os índices de gás carbônico de uma artéria. Auxilia no entendimento do funcionamento dos pulmões.

Teste do exercício: visa verificar como está o funcionamento do coração e dos pulmões durante a prática de exercícios.

Espirometria: Avalia especificamente a função pulmonar (o quanto de ar o paciente é capaz de exalar).

 

Fatores de risco

Quando se fala em DPOC, é mais comum a doença atingir mais pessoas acima dos 40 anos de idade, no entanto, ela pode ocorrer também em pessoas mais jovens. A DPOC não é contagiosa. 

Em quadros mais graves da doença, o paciente tende a apresentar extrema dificuldade para respirar, o que pode ocasionar insuficiência cardíaca, pneumonia, osteoporose, perda de peso e desnutrição por exemplo. 

Dada essa debilidade, pacientes que se encontram nesse estado da doença geralmente são frequentemente internados e precisam da utilização de aparelhos respiratórios.

Entre os fatores para o desenvolvimento da doença crônica pulmonar, estão: 

  •  Exposição à poluição, gases e substâncias tóxicas, 
  • Prematuridade pode aumentar a predisposição à doença;
  • Tabaco, sendo este responsável por 85% de casos de DPOC. Aliás, pessoas não fumantes, mas expostas as fumaças também podem desenvolver a doença.
  • Deficiência de alfa-1- antitripsina, que é uma perturbação genética bem rara. Essa proteína, chamada  alfa-1- antitripsina é produzida pelo fígado e secretada na circulação sanguínea. Em níveis baixos, pode provocar danos no fígado e nos pulmões. 

Apesar da DPOC estar muito associada ao cigarro, sendo um dos principais fatores agravantes para a doença, cerca de um terço das pessoas diagnosticadas com a patologia nunca fumou. 

Normalmente, o início da DPOC é lento, mas ela pode evoluir rapidamente, levando a incapacidade por insuficiência respiratória e até mesmo óbito, por isso é importante o acompanhamento médico. 

 

DPOC tem cura? 

Embora a DPOC não tenha cura, os tratamentos disponíveis atuam retardando o avanço da doença, controlando os sintomas e reduzindo as complicações. 

O profissional especialista no diagnóstico da DPOC é o médico pneumologista, que irá realizar a avaliação e tratamento adequados. Além disso, fisioterapia e exercícios físicos, com orientação profissional adequada de um fisioterapeuta, também são aliados do paciente e contribuem com o tratamento.

Vale ressaltar que a DPOC é uma doença silenciosa e lenta que começa com uma simples falta de ar, e se não identificada e tratada rápido pode trazer complicações mais graves.

Por isso fiquem atentos aos sinais, principalmente se você for fumante ou ex fumante, e, a qualquer sinal de alguns dos alertas, procure um médico especialista, o diagnóstico precoce garante maior eficácia do tratamento e evitar a progressão do quadro.

 

O papel da fisioterapia respiratória para o tratamento da DPOC

Como falamos anteriormente, os sintomas da DPOC envolvem a presença de dispneia (falta de ar), tosse, secreção e infecções respiratórias, por isso é muito comum a falta de condicionamento físico, fraqueza, perda de peso não proposital e desnutrição. 

Somados, essas consequências podem limitar a prática de atividades físicas e claro, a qualidade de vida das pessoas. 

A fisioterapia respiratória atua com um plano de tratamento, que tem o objetivo de: 

  • Melhorar a capacidade de realização de exercícios físicos
  • Melhorar a higiene brônquica, com a limpeza das vias áreas
  • Diminuir a dificuldade respiratória 

 

O tipo de tratamento varia de paciente, já que leva em conta as condições particulares de cada indivíduo, mas no geral, ele envolve: exercícios físicos, com o intuito de melhorar a flexibilidade e o condicionamento cardiorrespiratório e também muscular; exercícios respiratórios, a fim de melhorar o respirar e expirar do paciente e técnicas de higiene brônquica, de forma a desobstruir as vias áreas e facilitar a passagem de ar.

 

DPOC e Coronavírus 

Apesar de ser uma doença relativamente nova, já existem estudos que demonstram que pacientes com DPOC podem ter seus quadros agravados se contrair a covid-19. 

As orientações e cuidados de prevenção com o Coronavírus deve ser de todos, mas devido ao risco maior e complicações, pessoas fumantes e pacientes com DPOC devem ficar ainda mais atentos. 

Se quiser ler mais sobre esse assunto, a pesquisa completa você pode ler acessando aqui.

 

Considerações

Este artigo tem o intuito de informar e trazer mais informações sobre doenças respiratórias. Uma matéria divulgada pela BBC, em 2017, mostrou que 80% das pessoas que têm DPOC nem sabem que tem. 

Esse quadro é preocupante e por isso, nosso objetivo é disseminar conteúdos para conscientizar a população. No entanto, reforçamos que esses dados não substituem a avaliação médica e que o autodiagnóstico não é o caminho, em caso de sintomas, procure o médico especialista e não negligencie o tratamento. 

A detecção precoce é fundamental para a melhoria da qualidade de vida do paciente o mais rápido possível. Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), pessoas fumantes tem 90% mais chance de desenvolver a doença, mas isso não significa que ela não pode ocorrer em não fumantes. 

Apresentamos aqui também os fatores de risco, como a doença atrapalha o sistema respiratório e ressaltamos o cuidado que pacientes com DPOC precisam ter nesse momento de instabilidade, por conta do novo Coronavírus. 

Na Respire Care você tem o suporte de uma equipe de profissionais especializados e experientes para te orientar e acompanhar todo o seu tratamento. Contamos também uma série de produtos e equipamentos que visam a melhora da sua saúde respiratória e qualidade de vida!