Sono extremo, incontrolável e que desperta vontade dormir em qualquer lugar, sob qualquer situação, seja numa conversa, no trabalho ou até mesmo durante o sexo. Essas situações são muito comuns na narcolepsia, distúrbio crônico do sono, que afeta qualidade de vida e saúde de quem sofre. Quer saber mais sobre o assunto, continue lendo esse artigo.
O que é narcolepsia
Quais as causas?
Sintomas da narcolepsia
Como é feito o diagnóstico e tratamento?
Quais as complicações se não tratar?
O que é apneia do sono
Narcolepsia versus apneia do sono: qual a relação
Considerações
Boa leitura!
O que é narcolepsia
A narcolepsia é um distúrbio crônico caracterizado por uma sonolência excessiva durante o dia. O sono se apresenta de forma súbita e incontrolável e pode ocorrer várias vezes ao longo do dia e independe do quanto a pessoa possa ter dormido bem na noite anterior.
Uma pessoa com narcolepsia pode pegar no sono facilmente em situações inusitadas, durante uma conversa, no trabalho, em pé ou até mesmo dirigindo. E, ao contrário do que se acredita, a narcolepsia não está relacionada à depressão, preguiça, falta de sono, desmaios ou distúrbios convulsivos.
Por ser uma doença crônica, não existe cura para a narcolepsia, mas ela pode e deve ser tratada, pois esse distúrbio causa um profundo impacto psicossocial e funcional nas pessoas, e pode provocar acidentes e situações desconfortáveis e complicadas durante toda a vida.
Quais as causas?
Não se sabe exatamente quais as causas da narcolepsia, embora muitos especialistas acreditem que o distúrbio esteja diretamente relacionado a fatores genéticos, desequilíbrios químicos no cérebro e baixa produção de hipocretina, que é a substância responsável por nosso despertar e pela estabilidade das fases do sono.
Acredita-se também que os fatores de risco para o desenvolvimento da doença estão relacionados a fatores genéticos e infecciosos, bem como com a faixa etária, uma vez que é mais comum ocorrer a narcolepsia ao fim da adolescência ou na entrada da segunda década de vida e após os 50 anos de idade. Além disso, mulheres com menopausa também são mais facilmente afetadas por esse distúrbio.
Sintomas da narcolepsia
A narcolepsia pode ser observada pelos seguintes sintomas:
Sonolência excessiva: é considerado o primeiro sinal dessa doença e atinge quase 95% dos pacientes, sendo também o mais incapacitante dos indícios, deixando a pessoa desatenta e inapta para se manter alerta.
A sonolência excessiva ocorre até mesmo quando o sono se dá tranquilamente e em quantidades certas no dia anterior, e os ataques são irresistíveis, sendo impossível se manter acordado, decorrendo diversos cochilos. Nesses episódios de sono, por mais curtos que possam ser, podem ocorrer sonhos. Apesar dos cochilos, a sonolência passa somente por algumas horas.
Paralisia do sono: é uma condição onde é possível escutar e ver tudo ao redor e se tem consciência, ou seja, o cérebro desperta, porém os músculos continuam dormentes. A paralisia do sono pode acontecer quando se estiver adormecendo ou despertando, geralmente na fase REM (fase que representa os movimentos rápidos dos olhos).
Esses episódios podem durar cerca de quatro minutos, não deixam sequelas e é autolimitados. Apesar de curtos, eventos de paralisia do sono são bastante assustadores e podem dar a impressão de ser mais longos para quem vivencia.
Alucinações: a narcolepsia também provoca alucinações e elas podem ser tanto sonoras quanto visuais. É comum o relato de pacientes que dizem ouvir passos, portas batendo, sussurros e vultos. Esses eventos podem ser aterrorizantes.
Sono fragmentado: como o nome sugere, o sono fragmentado são despertares breves que reduzem a eficiência do sono, sendo o ato de dormir bastante agitado. O sono fragmentado atrapalha a construção de memórias no nosso cérebro.
Cataplexia: a cataplexia é um distúrbio no qual a musculatura relaxa, como se estivesse em um sono profundo e o indivíduo perde a capacidade de se manter em pé. A fala também pode sofrer prejuízos. São desencadeadas por situações de forte conteúdo emocional, como tristeza, alegria, raiva, entre outros.
A cataplexia pode durar de segundos a minutos e durante os episódios a capacidade auditiva, a consciência e o padrão respiratório se mantém. Nem todos os narcolépticos apresentam sintoma de cataplexia.
Como é feito o diagnóstico e tratamento?
O diagnóstico de narcolepsia é feito por um médico especialista para que seja feito o tratamento corretamente.
Ao apresentar os sintomas, é necessário procurar um profissional capacitado para iniciar o tratamento de forma assertiva, podendo ser um neurologista, geneticista, infectologista, psiquiatra ou médico do sono. O diagnóstico requer exames clínicos, polissonografia e outros testes específicos, como o teste de latência do sono, que também avalia as características de outros distúrbios, como apneia do sono, por exemplo.
O tratamento envolve o trabalho comportamental (com orientação para a família e para o paciente; adaptações da rotina, como trabalho, alimentação adequada, cochilos programados, higiene do sono e suporte psicológico) bem como o farmacológico.
Os tratamentos indicados para a sonolência excessiva e para a cataplexia são diferentes, mas no geral, os remédios recomendados para um contribuem para a melhora do outro sintoma.
Quais as complicações se não tratar?
É essencial procurar ajuda médica, pois negligenciar o tratamento pode trazer transtornos sociais e pessoais à vida do portador. Quem sofre de narcolepsia pode ser lido por outras pessoas como preguiçoso, justamente por falta de compreensão sobre a doença.
Desenvolver relações amorosas também pode se tornar um obstáculo, pois a sonolência excessiva pode reduzir a libido e provocar impotência, além do que, devido ao seu quadro, o narcoléptico pode pegar no sono durante a relação sexual e provocar sentimentos intensos, como raiva, tristeza, por exemplo, o que só agrava o quadro.
Dada a facilidade em pegar no sono, narcolépticos correm mais riscos de sofrer acidentes, queimaduras e/ou cortes. Além disso, pessoas com narcolepsia têm duas vezes mais chances de desenvolver obesidade.
O que é apneia do sono
A apneia é um distúrbio do sono potencialmente grave, no qual a pessoa para de respirar por alguns segundos e pode ocorrer por diversas vezes durante a noite. Em alguns casos, a pessoa com este tipo de distúrbio acredita ser comum e não está ciente de quem tem esse problema.
Os principais sintomas são : ronco, sono agitado, falta de disposição e sonolência durante o dia, falta de ar, dor de cabeça, perturbação da memória, da atenção e da concentração, tendência à depressão, hipertensão e arritmias cardíacas.
A apneia obstrutiva do sono é uma doença crônica, progressiva, incapacitante e, segundo estudos, têm alta taxa de mortalidade e morbidade cardiovascular. Essa falta de ar durante o sono pode ser definida como parada (apneia) ou redução (hipopneia).
Narcolepsia versus apneia do sono: qual a relação
Apesar de ambos serem distúrbios do sono, afetarem o sistema cognitivo e afetarem a qualidade de vida dos pacientes, não existe uma relação entre apneia do sono e narcolepsia. O que acontece é que ambos podem desencadear sonolência excessiva.
Sendo assim, o tratamento entre os dois distúrbios também difere. Na apneia do sono o procedimento para a melhoria do quadro é com equipamento respiratório chamado de CPAP, enquanto para o narcoléptico é preciso intervenção medicamentosa.
Considerações
Neste artigo procuramos esclarecer, ao menos um pouco, sobre a narcolepsia, apresentando seus sintomas, possíveis causas e tratamentos, e assim podermos entender a relação entre narcolepsia e apneia do sono.
Como você pôde ler, apesar de não ser uma doença que afeta a inteligência e deixa sequelas, tratar a narcolepsia é essencial para o bem- estar e qualidade de vida do paciente, pois ignorar o tratamento pode afetar tanto em aspectos sociais como pessoais do indivíduo.
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