Por Lia Bittencourt
Fonte: http://semanadosono.com.br/apneia.html
O ronco é uma queixa de sono que geralmente é reconhecida não pelo roncador mas por quem dorme próximo à ele. “Eu não ronco mas minha companheira diz que eu ronco” é uma frase comumente ouvida. Roncar é o som gerado pela vibração dos tecidos durante a passagem do ar, e costuma ser o primeiro sinal de que o ar está passando com dificuldade pela garganta devido ao estreitamento da área. À medida que a quadro vai se acentuando, a garganta fica cada vez mais estreita podendo fechar completamente. Esse quadro de fechamento da garganta e bloqueio da passagem do ar é conhecido como apneia obstrutiva do sono (parada da respiração durante o sono).
No organismo, durante esses episódios de apneias, ocorre queda da oxigenação do sangue e, para retornar o padrão respiratório, ocorrem despertares curtos e frequentes durante o sono. Devido aos diversos despertares, que por serem breves não são conscientes, ou seja, o indivíduo não lembra que despertou várias vezes na noite, o sono fica fragmentado e com baixa qualidade. Com isso, mesmo que o sujeito tenha dormido o tempo de sono necessário, a fragmentação do sono irá gerar ao acordar a sensação que o sono foi insuficiente e de má qualidade. A sonolência excessiva diurna é um dos principais sintomas da apneia obstrutiva do sono.
Outras consequências são: falta de atenção e memória; alterações de humor como queixas de depressão, ansiedade e irritabilidade; maior risco para acidentes devido à sonolência e cansaço; risco para doenças cardiometabólicas, como hipertensão arterial, diabete mellitus e obesidade; podendo levar a uma maior mortalidade.
Estima-se que 33% das pessoas em uma determinada população possam ter apneia obstrutiva do sono. Os fatores de risco descritos para ter essa doença são: sexo masculino, idade avançada, obesidade, doenças de nariz e garganta, alterações dos ossos da face e hábitos como ingerir álcool em excesso, fumar e usar medicações sedativas. O diagnóstico da apneia do sono é feito por um médico especialista em Medicina do Sono que além de confirmar essas queixas de ronco, paradas respiratórias a noite e sonolência diurna em excesso, examina o paciente e solicita um exame que registra durante a noite essas paradas respiratórias e outras atividades do organismo. Esse exame é chamado de Polissonografia, que pode ser realizado em laboratórios de Sono ou, em alguns casos, na casa do paciente.
O tratamento envolve várias medidas associadas: procurar ter bons hábitos de sono, controlar e diminuir o peso com uma alimentação adequada e práticas de exercícios, tratar doenças de nariz e garganta, evitar privação de sono, uso excessivo de bebidas alcoólica e tabagismo como também o uso de remédios para dormir sem orientação médica. Alguns tratamentos específicos podem ser necessários: uso de aparelhos sob máscara nasal (ex: CPAP), uso de aparelhos intra-orais, cirurgias nasais, de garganta ou face, treinamento dos músculos da garganta com fonoterapia ou estimulação elétrica desses músculos.
Devido às consequências da apneia do sono para a saúde e qualidade de vida do indivíduo, é importante estar atento aos sinais e sintomas da doença, procurar auxílio médico para o diagnóstico e tratamento. Dormir com qualidade pode mudar a vida de uma pessoa, reduzir morbidades e prolongar sua sobrevida.
O QUE É DISTÚRBIO DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO?
É a doença em que a pessoa para de respirar durante o sono, devido a obstruções (fechamentos) na garganta.
SAIBA MAIS
A DOENÇA É CONSIDERADA GRAVE QUANDO
ESSAS PARADAS RESPIRATÓRIAS OCORREM:
Mais de 15 vezes por hora de sono ou, quando ocorrem entre 5 e 15 vezes associado a queixas.
AS PRINCIPAIS QUEIXAS SÃO:
CONSEQUÊNCIAS PARA A SAÚDE
TEM TRATAMENTO?
OUTRAS FORMAS PARA SE TRATAR