Apneia do sono: O problema que afeta cerca de 30% da população brasileira, de acordo com o Ministério da Saúde, e é o segundo distúrbio que mais atrapalha o sono dos brasileiros, ficando atrás apenas da insônia


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Publicado em: 29 de agosto de 2024 às 10:40

Apneia do Sono: Um Problema de Saúde Pública que afeta 30% da População Brasileira

A qualidade do sono desempenha um papel crucial na saúde e no bem-estar geral. No entanto, uma grande parcela da população brasileira enfrenta dificuldades para obter um sono reparador devido à apneia do sono. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 30% dos brasileiros sofrem desse distúrbio, que é o segundo mais comum entre os problemas que prejudicam o sono, ficando atrás apenas da insônia. Este texto tem como objetivo explorar profundamente a apneia do sono, suas causas, sintomas, diagnósticos, tratamentos e o impacto significativo que exerce na vida dos indivíduos e na saúde pública.

O que é Apneia do Sono?

A apneia do sono é um distúrbio caracterizado por interrupções repetidas na respiração durante o sono. Essas pausas podem durar de alguns segundos a minutos e podem ocorrer de 5 a mais de 30 vezes por hora. Existem três tipos principais de apneia do sono:

  1. Apneia Obstrutiva do Sono (AOS): É a forma mais comum e ocorre quando os músculos da garganta relaxam excessivamente, obstruindo as vias aéreas.
  2. Apneia Central do Sono: Ocorre quando o cérebro falha em enviar sinais adequados aos músculos responsáveis pela respiração.
  3. Apneia Mista ou Complexa: É uma combinação de apneia obstrutiva e central.

Causas e Fatores de Risco

A apneia do sono pode ser causada por uma variedade de fatores, incluindo:

  • Obesidade: Um dos principais fatores de risco para a apneia do sono, especialmente a forma obstrutiva. O excesso de peso pode causar o acúmulo de gordura ao redor das vias aéreas superiores, levando à obstrução.
  • Anatomia: Anormalidades físicas, como uma mandíbula retraída, amígdalas aumentadas ou uma língua grande, podem contribuir para a obstrução das vias aéreas.
  • Idade: A apneia do sono é mais comum em indivíduos mais velhos, mas pode afetar pessoas de todas as idades, inclusive crianças.
  • Gênero: Os homens são mais propensos a desenvolver apneia do sono do que as mulheres, embora o risco para as mulheres aumente após a menopausa.
  • História Familiar: A presença de apneia do sono em membros da família aumenta o risco de desenvolvimento do distúrbio.
  • Uso de Substâncias: O uso de álcool, sedativos ou tranquilizantes pode relaxar os músculos da garganta e piorar a apneia.
  • Condições Médicas: Hipertensão, diabetes tipo 2, insuficiência cardíaca, derrame e outras condições podem aumentar o risco de apneia do sono.

Sintomas da Apneia do Sono

A apneia do sono muitas vezes passa despercebida, pois seus sintomas ocorrem durante o sono. No entanto, alguns sinais e sintomas comuns incluem:

  • Ronco Alto: Embora nem todas as pessoas que roncam tenham apneia do sono, o ronco alto e frequente é um sintoma comum.
  • Pausas na Respiração Durante o Sono: Observadas por outra pessoa, essas pausas são uma indicação clara de apneia.
  • Acordar com Sensação de Fôlego Curto: A sensação de asfixia ou sufocamento ao acordar pode ser um sinal de apneia.
  • Sonolência Excessiva Durante o Dia: A interrupção do sono durante a noite pode levar a uma sonolência intensa e fadiga durante o dia.
  • Dificuldade de Concentração: A falta de sono de qualidade pode afetar a memória e a capacidade de concentração.
  • Irritabilidade e Mudanças de Humor: A privação de sono pode levar a mudanças de humor, irritabilidade e até depressão.
  • Dor de Cabeça Matinal: A apneia do sono pode causar dores de cabeça logo ao despertar, devido à falta de oxigênio durante a noite.

Diagnóstico da Apneia do Sono

O diagnóstico da apneia do sono geralmente envolve uma combinação de avaliação médica, histórico clínico e exames específicos. Os principais métodos de diagnóstico incluem:

  • Questionário de Apneia do Sono: Na Respire Care, realizamos um questionário on-line para uma identificação prévia dos sintomas dos pacientes. Esse teste é chamado de Questionário de Berlim e é utilizado para identificar se a pessoa possui altas ou baixas chances de possuir Apneia do Sono. Faça o Teste de Apneia Agora
  • Polissonografia: Considerado o padrão-ouro para o diagnóstico de apneia do sono, este exame envolve a monitorização do sono em um laboratório especializado. Ele mede diversas funções corporais, como ondas cerebrais, níveis de oxigênio, frequência cardíaca, respiração e movimento dos olhos e das pernas.
  • Avaliação Clínica: Uma avaliação médica completa, incluindo o histórico de saúde, sintomas e exame físico, é fundamental para o diagnóstico inicial e encaminhamento para testes adicionais.

Impactos da Apneia do Sono na Saúde

A apneia do sono não tratada pode ter consequências graves para a saúde, aumentando o risco de várias condições médicas:

  • Hipertensão: As interrupções respiratórias frequentes e a queda nos níveis de oxigênio durante a apneia podem causar aumento da pressão arterial.
  • Doenças Cardiovasculares: A apneia do sono está associada a um risco maior de doenças cardíacas, incluindo ataque cardíaco, insuficiência cardíaca e arritmias.
  • Acidente Vascular Cerebral (AVC): A apneia do sono é um fator de risco independente para AVC, devido às flutuações na pressão arterial e nos níveis de oxigênio.
  • Diabetes Tipo 2: A privação de sono e a falta de oxigênio podem prejudicar o metabolismo da glicose, contribuindo para o desenvolvimento do diabetes.
  • Obesidade: A apneia do sono pode dificultar a perda de peso e, ao mesmo tempo, a obesidade pode agravar a apneia, criando um ciclo vicioso.
  • Problemas Cognitivos e Depressão: A falta de sono de qualidade pode afetar a função cognitiva e levar a problemas de memória, concentração e aumento do risco de depressão.
  • Acidentes de Trânsito e Trabalho: A sonolência diurna causada pela apneia do sono pode levar a um aumento significativo no risco de acidentes, tanto no trânsito quanto no ambiente de trabalho.

Tratamento da Apneia do Sono

O tratamento da apneia do sono varia de acordo com a gravidade do distúrbio e as necessidades individuais do paciente. As principais abordagens incluem:

1. Terapias Comportamentais

  • Perda de Peso: A redução do peso corporal é frequentemente recomendada para pacientes com sobrepeso ou obesidade, pois pode diminuir ou até mesmo resolver a apneia obstrutiva do sono.
  • Mudança de Posição ao Dormir: Dormir de lado, em vez de de costas, pode ajudar a evitar o colapso das vias aéreas em alguns casos de apneia leve.
  • Evitar Álcool e Sedativos: Essas substâncias podem relaxar os músculos da garganta, piorando a apneia. Reduzir ou eliminar seu uso pode ser benéfico.

2. Terapias com Dispositivos

  • CPAP (Continuous Positive Airway Pressure): O CPAP é o tratamento mais comum e eficaz para a apneia obstrutiva do sono. Ele envolve o uso de uma máscara que fornece pressão contínua de ar para manter as vias aéreas abertas durante o sono.

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  • Dispositivos Orais: Para casos leves a moderados de apneia, dispositivos orais podem ser usados para manter as vias aéreas abertas, avançando a mandíbula ou a língua durante o sono.

3. Tratamentos Cirúrgicos

  • Cirurgia de Vias Aéreas Superiores: Em casos onde a anatomia das vias aéreas contribui significativamente para a apneia, cirurgias como a uvulopalatofaringoplastia (UPPP) podem ser consideradas.
  • Estimulação do Nervo Hipoglosso: Uma opção mais recente e menos comum, este tratamento envolve a implantação de um dispositivo que estimula o nervo hipoglosso para manter as vias aéreas abertas.

Impacto da Apneia do Sono na Saúde Pública

A alta prevalência da apneia do sono no Brasil representa um desafio significativo para a saúde pública. O tratamento inadequado ou a falta de tratamento pode resultar em um aumento nos custos de saúde, devido ao manejo de condições associadas, como doenças cardíacas, hipertensão e diabetes. Além disso, a apneia do sono não tratada pode levar a uma diminuição na produtividade no trabalho, aumento no risco de acidentes e uma piora geral na qualidade de vida dos indivíduos afetados.

Conclusão

A apneia do sono é um distúrbio comum, mas frequentemente subdiagnosticado, que afeta cerca de 30% da população brasileira. Este problema não só prejudica a qualidade do sono, como também tem consequências graves para a saúde geral, aumentando o risco de várias condições médicas sérias. Felizmente, com o diagnóstico adequado e o tratamento eficaz, é possível controlar a apneia do sono e melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.

Se você ou alguém que você conhece apresenta sintomas de apneia do sono, é fundamental procurar ajuda médica. O tratamento precoce pode prevenir complicações e promover um sono mais saudável e reparador. 

Na Respire Care estamos preparados para fornecer diagnóstico, tratamento e suporte contínuo para pacientes com apneia do sono, ajudando-os a recuperar a saúde e o bem-estar.

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