O que é e como funciona o exame de polissonografia?


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Publicado em: 13 de outubro de 2021 às 10:30 Polissonografia

Se você nos acompanha com frequência por aqui, já deve ter lido que muitos dos distúrbios e alterações dos padrões de sono precisam de um exame específico para que sejam determinados: a polissonografia. 

 

Pensando nisso, preparamos um conteúdo para explicar com mais detalhes o que é, como funciona e as principais dúvidas sobre este exame. Vamos lá? Boa leitura!

 

O que é polissonografia?

 

Popularmente conhecido como exame do sono, a polissonografia é um exame que serve para analisar e diagnosticar doenças relacionadas ao sono. Desta forma, com ele é possível detectar distúrbios e outras alterações enquanto se está dormindo, podendo ser feito em pessoas de qualquer idade.

 

No geral, não há restrições para a fazer o exame, mas em casos em que o paciente estiver  gripado, tossindo, com febre, ou se estiver com a pele sensível e machucada ou ainda se houver realizado algum procedimento estético na pele, como peeling, por exemplo, que pode deixar o local sensível,  é recomendado fazer um novo agendamento.

 

Outra situação que não é indicada para a realização do exame é se o paciente estiver chegando de uma viagem internacional com fuso horário diferente, o que pode atrapalhar o sono.

 

Mas o que é um distúrbio do sono?

 

De forma resumida, são alterações que afetam o sono de uma pessoa. Desta forma, eles vão desde impedir que o paciente consiga ter uma boa noite de sono mesmo estando exausto à fazê-lo sentir sono ininterruptamente, por mais que tenha tido uma noite de sono considerada normal. 

 

Existem diversos tipos de distúrbios do sono e entender qual tipo afeta o bom funcionamento do seu sono é fundamental se você busca mais qualidade de vida e saúde. 

 

Como funciona o exame?

 

O exame de polissonografia é realizado enquanto o paciente está dormindo e, por incrível que pareça, é um exame bastante tranquilo e nenhum pouco invasivo. 

 

Para fazer o exame, o paciente dorme em um centro médico, em um ambiente preparado para monitorar todas as variações fisiológicas que ocorrem durante o sono. 

 

O registro dessas alterações são identificadas graças aos eletrodos fixados no couro cabeludo e no corpo (pernas, tronco e peito), além dos sensores colocados nos dedos do paciente, que fará a medição do nível de oxigênio no sangue. E pode ficar tranquilo, esses aparelhos não atrapalham pegar no sono.

 

Outro detalhe bacana de ser mencionado é que a polissonografia não é um exame só, ele é um conjunto de avaliações que permitem observar as alterações durante o sono,  e envolve outras análises, e elas:

 

Eletroencefalograma: visa detectar alterações neurológicas a partir de registros da atividade cerebral;

 

Eletromiograma: os eletrodos avaliam o movimento dos músculos;

 

Eletro-oculograma: o nome pode ser meio incomum, mas esse exame busca informações sobre o funcionamento da parte ocular. É nele que são feitos os registros das fases de sono;

 

Eletrocardiograma: registra o ritmo e o batimentos do coração por minutos;

 

Fluxo aéreo: verifica a respiração nasal e oral;

 

Esforço respiratório: analisa o tórax e abdômen;

 

Movimentos corporais: este exame avalia o movimento dos membros inferiores (pernas);

 

Gases sanguíneos: analisa a saturação de oxigênio e também a concentração de dióxido de carbono no sangue;

 

Sensor de ronco: registro da intensidade do ronco.

 

Desta forma, o exame de polissonografia avalia as ondas cerebrais, atividades do músculo, frequência cardíaca, movimento dos olhos, taxa de respiração e quantidade de oxigênio no sangue para identificar alterações nos padrões de sono.

 

Quando é recomendado fazer polissonografia?

 

Existem mais de 100 tipos de distúrbios do sono catalogados pela medicina e algumas dessas alterações possuem sintomas bastante similares ou até o mesmo sintoma para um distúrbio diferente. 

 

Assim, a polissonografia se torna necessária para auxiliar no diagnóstico correto e, posteriormente, tratamento de diversos distúrbios, tais como:

 

Apneia do sono, em que o paciente para de respirar durante o sono;

 

Narcolepsia, caracterizada por uma sonolência extrema e “ataques” de sono ao decorrer do dia;

 

Distúrbios convulsivos, que são provocados por episódios de convulsões “não provocadas”, ou seja, que acontecem por causas naturais, como fatores genéticos ou desequilíbrio metabólico, por exemplo.

 

Insônia crônica, que é a dificuldade de adormecer ou continuar dormindo ao longo da noite;

 

Hipersonia, cansaço extremo mesmo dormindo as horas consideradas adequadas de sono; 

 

Bruxismo do sono, caracterizado pela compressão do maxilar de forma involuntária durante a noite, provocando o desgaste dos dentes, inchaço na gengiva, sangramentos e dor de cabeça ao acordar;

 

Transtorno comportamental do sono REM, distúrbio no qual o paciente reage fisicamente aos sonhos que tem, na maioria das vezes de forma desagradável, com movimentos violentos e bruscos das pernas e braços durante a noite.

 

Tipos de polissonografia

 

A polissonografia é dividida em 4 tipos, que variam de acordo com a complexidade do exame, podendo ser entendidas desta forma: 

 

  • Polissonografia tipo 1: é o tipo realizado em laboratório ou centro médico do sono e, portanto, conta com a observação de um técnico. Esse modelo é o mais completo e recomendado de ser feito. 
  • Polissonografia tipo 2: esse tipo é feito sem observação de um técnico, podendo ser realizado em domicílio.  
  • Polissonografia tipo 3: também chamada de polissonografia cardiorrespiratória, ela ocorre sem a observação do profissional. O exame domiciliar é específico para diagnosticar apneia do sono.
  • Polissonografia tipo 4: considerado o mais simples dos exames;.
  • Polissonografia com CPAP: faz a análise de distúrbios do sono e permite ajustar o cpap nasal, que é um aparelho usado por pacientes que apresentam apneia obstrutiva do sono.

 

Principais dúvidas sobre polissonografia 

 

Polissonografia é seguro?

O exame de polissonografia é extremamente seguro e é realizado por um profissional capacitado, por isso, não precisa ter medo. 

 

É um exame simples?

Sim! Como já falamos mais acima, a polissonografia é um exame bastante simples, não invasivo e é indolor. O paciente faz tranquilamente dormindo, literalmente!

 

Quanto tempo dura?

O exame ocorre durante o sono do paciente, ou seja, em média de oito horas, mas isso varia de cada caso. 

 

Qual médico pode solicitar a polissonografia?

Como o exame é usado para identificar desvios de padrões de sono, geralmente o médico que solicita a realização dele atua na área do sono, como o neurologista, otorrinolaringologista, psiquiatra, pneumologista, além dos fisioterapeutas respiratórios especializados na medicina do sono.

 

Mas nada proíbe que outro médico peça o exame.

 

Existe recomendação de preparo antes de fazer o exame?

Para que ocorra tudo bem durante a polissonografia, é recomendado que se evite o consumo de produtos com cafeínas, bebidas energéticas e alcoólicas por, no mínimo, 24 horas antes da realização do exame.

 

Como os eletrodos são fixados no corpo, também é uma boa prática não passar cremes e géis que possam atrapalhar a fixação do aparelhinho.

 

Além disso, evite usar esmalte de cor escura, vá com a cabeça limpa e seca, sem a presença de creme, condicionadores ou outros produtos capilares. Evite procedimentos esfoliantes no rosto ou procedimentos que podem deixar a pele muito sensível por, no mínimo, uma semana antes do exame. 

 

É possível fazer polissonografia em casa?

Sim, existe a possibilidade de realizar a polissonografia domiciliar e, neste caso, o técnico leva e instala todos os aparelhos necessários para o exame, fazendo o recolhimento dele no dia seguinte. No caso do exame tipo 3, o próprio paciente recebe a orientação do profissional e instala o equipamento para dormir.

 

A Polissonografia domiciliar é bastante eficiente, mas pode ocorrer de algum sensor  desconectar, fazendo com que o exame precise ser refeito.

 

Como saber se preciso fazer polissonografia?

O exame é solicitado em casos em que o paciente relata sonolência excessiva ou falta total de sono, apresenta síndrome das pernas inquietas, ronco alto e contínuo, pausas respiratórias e sono agitado. 

 

Se você se identificar com um ou mais sintomas descritos neste artigo, consulte um médico. Nosso objetivo é te deixar mais bem informado sobre o assunto, mas não substitui uma avaliação médica.

 

Agora que você sabe tudo sobre polissonografia, que tal navegar pelo nosso blog para conhecer mais sobre os distúrbios do sono? Manter uma boa alimentação, fazer exercícios físicos, cuidar da mente e valorizar o sono são cuidados que devem ser adotados no dia a dia para ter uma vida mais tranquila e gostosa.

 

Caso tenha alguma dúvida sobre fisioterapia pulmonar, nossos produtos ou serviços, conte com a gente. A Respire Care está aqui para cuidar de você e te ajudar a respirar melhor, sinta-se à vontade para entrar em contato conosco.

 

Até a próxima!

 

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