Doenças respiratórias crônicas e o inverno: como se prevenir em tempos de frio


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Publicado em: 14 de junho de 2022 às 15:08 Bronquite, asma, pneumonia e DPOC

Há quem ame e quem odeie o frio, mas, independente disso, fato é que com a chegada do inverno, algumas doenças respiratórias se desenvolvem. Se para a população em geral isso já pode ser um fator de atenção, para pessoas que possuem doenças respiratórias crônicas, os cuidados precisam ser redobrados, a fim de não agravar o quadro. 

Confira agora as doenças respiratórias mais comuns em dias frios e o que você pode fazer para se proteger. Vamos lá?

 

Por que as doenças respiratórias são mais comuns no inverno?

As mudanças bruscas de clima percebidas em tempos frios, principalmente mais intensos como no inverno, ou secos, como vistos no outono, impactam a vida de muitas pessoas. Gripes, resfriados, coriza e outras crises se tornam comuns e se alastram com facilidade.

Mas a verdade é que não existe uma relação direta entre a queda de temperatura e o surgimento de uma doença respiratória. 

No entanto, é fato que em tempos mais frios existem maiores chances de doenças respiratórias surgirem, podendo ser temporária e variar de intensidade de pessoa para pessoa. Mas por que isso acontece? Diversos fatores estão por trás disso, tais como:

Ambientes fechados: em tempos frios, como forma de se proteger, as pessoas tendem a fechar todas as portas e janelas, mesmo se houver muitas pessoas em um espaço pequeno. Agora some a aglomeração com a falta de ventilação adequada e temos um ambiente propício para a proliferação de germes e bactérias, contribuindo para o aumento de doenças respiratórias durante esse período.

Ar frio: o ar frio comum no inverno tem atuação diretamente nas vias aéreas, provocando as irritações delas. Com isso, consequentemente os sintomas de crises alérgicas, tais como coriza e a falta de ar podem aparecer ou se intensificar. 

Baixa umidade: o clima de menor umidade também está por trás do aumento de doenças respiratórias no inverno. Inclusive, a umidade tem um papel importante no modo como percebemos a temperatura, fazendo com que elas pareçam mais quentes ou frias do que o ar de fato está. Desta forma, a baixa umidade favorece o surgimento de tosses, espirros e crises alérgicas. 

 

Quais as doenças respiratórias crônicas mais comuns no inverno?

Quando se fala em tempos frios e doenças respiratórias, é comum vir à mente comorbidades como sinusite, resfriado, gripe e rinite. No entanto, outras doenças podem ser potencializadas ou desenvolvidas em tempos mais frios. A seguir, trouxemos uma lista com as principais doenças respiratórias crônicas que são impactadas pelas baixas temperaturas.

 

Bronquite

A bronquite é uma doença respiratória bastante comum nos tempos frios e é caracterizada pela inflamação dos brônquios, que são uma espécie de tubos flexíveis e elásticos que fazem a ligação entre a traqueia e os pulmões. Assim, a principal função dos brônquios é levar oxigênio para esses órgãos. 

Geralmente provocada por um vírus ou algum outro tipo de infecção respiratória, essa inflamação é identificada de duas formas: bronquite aguda, no qual essa inflamação é temporária (durando no máximo três semanas), e a bronquite crônica, que é mais severa e acompanha a vida toda do paciente.

Os principais sintomas da bronquite são: tosse seca ou com catarro, cansaço, falta de ar ou dificuldade para respirar, ruídos no peito ao respirar, desconforto no peito, ponta dos dedos azuladas, febre ou calafrios.

Há pacientes também que podem apresentar dor de garganta e dor no corpo, além de coriza ou nariz entupido.

Em todo caso, é importante buscar ajuda médica imediatamente se a tosse persistir por mais de três semanas, caso haja febre por três dias seguidos ou dificuldade para respirar. Assim como a gripe, se não tratada, a bronquite pode evoluir para uma pneumonia ou provocar problemas cardíacos.

 

Asma

A asma é uma condição que provoca inflamação, inchaço e estreitamento das vias aéreas, ou seja, dos brônquios, além de produzirem muco extra,  o que atrapalha a respiração. 

Não existe uma causa conhecida para a asma, no entanto, fatores genéticos, histórico na família e até o ambiente podem influenciar para o desenvolvimento dela. Geralmente, a doença é detectada na infância, mas é possível que a asma seja percebida já na fase adulta.

Quando se fala em asma, é preciso entender que ela é dividida em basicamente dois grandes grupos: alérgica e não alérgica. Enquanto no primeiro tipo ela é desencadeada por substâncias alergênicas, como mofo, pelo de animais, pólen, entre outros, a não alérgica é provocada por fatores emocionais, como estresse, ansiedade, mas também pelas mudanças de temperatura. 

Assim, há diversos tipos de asma, que variam de acordo com a intensidade e agente causador. A asma brônquica, ou simplesmente asma, é uma doença respiratória crônica, portanto, não há cura. 

Falta de ar ou dificuldade para respirar, chiado no peito, tosse, sensação de aperto no peito ou peito pesado são alguns dos sintomas percebidos por quem tem asma. É importante dizer também que os sintomas variam bastante ao longo do tempo e podem ser intensificados à noite e/ou de madrugada. 

 

Pneumonia

A pneumonia é um tipo de inflamação que atinge os pulmões e, na maioria dos casos, está associada a algum tipo de infecção. Como dissemos anteriormente, um quadro potencialmente simples como uma gripe ou resfriado podem evoluir para uma pneumonia. 

Há diferentes tipos de pneumonia: pneumonia bacteriana, que é o tipo mais comum e mais letal e é causado por uma bactéria que invade a região dos alvéolos pulmonares; pneumonia viral, onde o agente causador da doença é um vírus; pneumonia aspirativa, provocada geralmente pela aspiração de produtos tóxicos, e pneumonia nosocomial: que é mais frequente em pacientes acamados na UTI e/ou que precisam de ajuda de aparelhos para respirar.

Os principais sintomas da pneumonia são: tosse seca ou com catarro esverdeado/ amarelado ou com sangue, dor nas costas e no peito; respiração acelerada, falta de ar ou dificuldade para respirar; mal-estar, febre alta;  fraqueza, cansaço e fadiga.

 

DPOC

DPOC é a sigla para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, e é caracterizada por um conjunto de doenças respiratórias, que são a bronquite crônica e o enfisema (uma doença degenerativa e irreversível dos alvéolos, resultado de agressões aos tecidos pulmonares), causando assim a obstrução do ar pelos pulmões, dificultando a respiração. 

O principal fator de risco para a DPOC é o tabagismo, por conta dos efeitos da fumaça do cigarro nos pulmões – por isso pacientes que fumam em grandes quantidades e há muito tempo podem apresentar um quadro mais grave da doença. 

A DPOC requer bastante cuidado, pois ela é uma doença traiçoeira: em um primeiro momento apresenta sintomas mais leves, no entanto, com o passar do tempo, evolui para sintomas mais graves. 

Desta forma, a DPOC vai se revelando aos poucos. Inicialmente o paciente pode perceber uma leve falta de ar ao fazer esforços como subir escadas ou fazer exercícios, por exemplo. Porém, conforme a enfermidade progride, a falta de ar se intensifica e é ocasionada por pequenos esforços. 

Em fases mais avançadas da doença, os pacientes podem sentir falta de ar mesmo quando estão em repouso e têm o quadro agravado quando realizam alguma atividade.

Mas além da falta de ar, há outros sintomas associados à DPOC. Os principais são: 

  • Tosse persistente;
  • Chiado no peito;
  • Falta de energia e cansaço;
  • Presença de catarro, principalmente nas primeiras horas do dia;
  • Respiração rápida e ofegante;
  • Dores de cabeça.

Se quiser entender mais sobre o assunto, recomendamos a leitura do nosso artigo sobre as principais dúvidas sobre DPOC.

 

Como prevenir ou atenuar o surgimento das doenças respiratórias crônicas durante o inverno?

Apesar das doenças crônicas não terem cura, o tratamento é indispensável para fornecer aos pacientes uma melhora na qualidade de vida. Sendo assim, a principal recomendação é a continuidade ao tratamento com fisioterapia respiratória e as medicações necessárias, tanto para uma melhor qualidade de vida, quanto para evitar o progresso da doença.

Além disso, estar atento ao calendário de vacinação, principalmente às vacinas antigripais é extremamente importante, uma vez que elas são capazes de prevenir contra a gripe, além de impedir que uma gripe evolua para casos mais graves, como a pneumonia. 

É preciso ressaltar também que doenças respiratórias comuns, como gripes e resfriados, por exemplo, já podem evoluir e acarretar problemas graves se não tratadas. Em casos de pessoas com doenças respiratórias crônicas a situação é ainda mais delicada, uma vez que elas estão mais suscetíveis a terem versões mais fortes de gripes e, portanto, podem sofrer de outras complicações graves.

Desta forma, pessoas com doenças crônicas precisam se proteger e tomar adequadamente a vacina. Para se ter uma ideia, a vacinação reduz a mortalidade em cerca de 70% em pacientes com DPOC.

 

Dicas gerais para evitar doenças respiratórias no inverno

Apesar do tempo frio contribuir para a incidência de doenças respiratórias, com alguns cuidados é possível evitar ou atenuar o impacto do inverno nesse sentido e se proteger. Anote as nossas dicas:

  • Evite aglomerações;
  • Caso não seja possível evitar as aglomerações, uma boa estratégia é apostar no uso de máscara, desde que elas cubram adequadamente as vias respiratórias;
  • Mantenha um fluxo de ar, mesmo em dias frios. Ao longo do dia, mantenha alguma janela aberta. Evite bloquear a troca de ar no ambiente;
  • Hidrate-se. Durante tempos amenos, é comum que o consumo de água diminua. No entanto, manter o corpo hidratado é a melhor estratégia para manter o sistema imune fortalecido e evitar doenças;
  • Pratique exercícios físicos e mantenha uma boa alimentação;
  • Higienize as mãos com água e sabão;
  • Mantenha uma rotina de limpeza, evitando o acúmulo de pó nos móveis;
  • No momento de limpeza, opte por produtos com cheiros mais leves;
  • Troque a roupa de cama e cortinas, evitando o acúmulo de ácaros e outros agentes que possam provocar alergia;
  • Se tiver ar-condicionado na sua casa, limpe o filtro de acordo com a frequência  recomendada pelo fabricante;
  • Evite choque térmico. A mudança brusca de temperatura impacta o bom funcionamento do sistema imunológico, deixando-o mais suscetível para o desenvolvimento de doenças respiratórias;
  • Mantenha sua saúde em dia. Faça check up periódicos e não deixe de tomar as vacinas pertinentes, conforme orientação médica;
  • Busque aumentar a umidade do ar. Usar umidificadores ou manter uma toalha úmida em alguns cômodos da casa podem ajudar nisso;

Vale ressaltar que este texto tem intuito somente informativo e não pode ser usado como apoio diagnóstico. Caso você se identifique com um ou mais sintomas aqui descritos, procure ajuda médica especializada para a correta identificação e tratamento. 

 

Tratamentos para doenças crônicas respiratórias

Os tratamentos para pacientes com doenças respiratórias crônicas pode variar dependendo da doença diagnosticada, mas para que você conheça quais são, reunimos aqui os principais:

 

Reabilitação pulmonar

A reabilitação pulmonar é um tratamento que visa reduzir o impacto físico e psicológico dos pacientes com doenças pulmonares crônicas. Ele envolve desde a educação do paciente do ponto de vista comportamental em relação à doença, bem como orientação dietética, apoio psicológico para a família e, claro, exercícios para o fortalecimento da musculatura. 

 

Oxigenoterapia

Recomendada para pacientes com algum tipo de problema respiratório que reduza a porcentagem adequada de oxigênio no sangue, a oxigenoterapia consiste na administração de oxigênio de forma a manter e garantir as taxas adequadas de oxigenação dos tecidos do corpo. 

 

CPAP e BIPAP

Apesar do CPAP e BIPAP serem mais conhecidos no tratamento da Apneia Obstrutiva do Sono,  ambos os aparelhos servem bem para tratar diferentes tipos de doenças respiratórias crônicas- podendo, inclusive, ser associados a outros tratamentos, como a suplementação de oxigênio. 

A apneia do sono se caracteriza por uma parada respiratória enquanto o paciente dorme, que ocorre por conta de um relaxamento muscular que provoca o bloqueio das vias aéreas. Assim, o CPAP e o BIPA impedem que esses episódios ocorram. 

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